(Foto: Luiz Pires / VIPCOMM) |
A brincadeira é uma prova da ligação que ambos têm e o jogador faz questão de manter. O relacionamento começou em 2006, quando Lira se animou ao ver o atacante, então com 20 anos, no Central de Caruaru, de Pernambuco. Resolveu apostar em Fernandinho. Bancou sua viagem para o Ceará, pagando também sua hospedagem e as refeições diárias.
A época em que comandava o hoje dono da camisa 12 do Tricolor é recordada com alegria pelo treinador. “Aquele time do Ferroviário ainda tinha o Everton, que hoje está no Cruzeiro, o Ernandes, do Atlético-GO, o Marcos Pimentel, que atuou pelo Grêmio Barueri e a Portuguesa...”, citou Arnaldo Lira, emocionando com a ligação recente de Fernandinho. “Eu ainda o chamo de Fernando. Fazia tempo que não conversávamos.”
“É um cara que não dá para descrever, não dá para ficar muito tempo sem falar com um cara que me ajudou tanto. Ele falou: ‘pô, Fernandinho! E aí? Que saudade de você! Você me esqueceu?’. Falei: ‘o que é isso, professor?’, aquela resenha, ‘o que é isso? Está louco? Não tem como esquecer de você, não. Você entrou na minha vida e me ajudou demais’”, relatou Fernandinho. “Tem muito jogador que ele revelou. Às vezes, um ou outro esquece. Mas a maioria, como eu, sempre lembra”, continuou, contando que o volante Fabrício, hoje seu colega no São Paulo, também foi ajudado por Lira.
Uma gratidão que Fernandinho manifesta mesmo que sirva como incentivo para o adversário. “Fiquei sabendo que ele aproveitou a minha brincadeira [da mercedes] e soltou no meio do grupo, já fez uma palestra motivacional. Eles vão ficar tudo louco, principalmente comigo. Mas vou chegar lá e falar: ‘olha, é tudo brincadeira’”, gargalhou o atleta do São Paulo.
Motivação é o único antídoto encontrado pelo técnico do Bahia de Feira de Santana diante do São Paulo. “Vai ser difícil escolher um para marcar. Então vamos fazer como sempre fazemos, marcando por setor. E vamos jogar, atacar também”, prometeu, para alegria de Fernandinho. “Beleza, bom saber disso...”, animou-se o atacante.
Será a primeira vez que o camisa 12 do Tricolor enfrentará seu padrinho. E espera por outros duelos, diante de equipes mais tradicionais. “Ele tem essa característica de escolher um jogador por seu talento e ajudá-lo até dar certo. Tem uma visão muito boa. É um cara que nasceu para ajudar muita gente. Trabalha muito bem, com sinceridade. Sonho vê-lo em um time grande. Torço pra caramba por ele”, afirmou Fernandinho, que já separou camisas do São Paulo para presentear Lira nesta quarta-feira.
(Foto: Luiz Pires / VIPCOMM) |
Bebedeira impossível – Em meio à fama de ajudar jogadores surgidos em times do Nordeste, Arnaldo Lira teve que encarar uma má passagem no ano passado. O técnico foi ‘emprestado’ pelo Bahia de Feira de Santana, que já não tinha mais compromissos, para ajudar o Icasa a escapar do rebaixamento na Série B do Campeonato Brasileiro. Mas acabou demitido às vésperas da última rodada acusado pela diretoria de viajar alcoolizado com o time cearense.
“Não houve nada disso. Trabalhei sete jogos, consegui três vitórias, dois empates e duas derrotas. Cheguei à última rodada precisando vencer para evitar o rebaixamento, mas o presidente, com interesse financeiro, queria escalar o Junior Xuxa, um jogador irresponsável e vagabundo que eu tinha afastado e, depois, falou que viajei bêbado”, lembrou Lira, hoje indiferente ao caso. “Não dá para se preocupar com o Junior Xuxa.”
Ao saber da história, Fernandinho logo apoiou seu padrinho. “Sacanagem! Ele trabalha correto, é bem rigoroso. Trabalhei com ele no Central, no Ferroviário, o conheço há muito tempo e tenho certeza que não fez isso. Ele não ia fazer isso antes do último jogo. Tem coisa que acontece no futebol e você não consegue entender”, opinou o atacante.
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